Em 2020, marcado pela pandemia, além das restrições físicas que ainda precisam ser respeitadas, muitas pessoas perderam seus empregos ou tiveram seus salários reduzidos
De uns anos para cá, a Black Friday já é considerada o maior evento anual de compras para os consumidores e, consequentemente, de vendas para as marcas. A data já supera as expectativas de vendas do Natal e de todas as outras do calendário sazonal que o varejo se apoia, pois é o período dos descontos mais agressivos para fazer com que o público sinta aquela tentação pelo consumo.
Em 2020, marcado pela pandemia, além das restrições físicas que ainda precisam ser respeitadas, muitas pessoas perderam seus empregos ou tiveram seus salários reduzidos, o que está fazendo com que a indústria se preocupe mais e tente achar novas maneiras de atrair os shoppers apesar das dificuldades.
No varejo como um todo, já é possível perceber uma retomada tímida das visitas dos consumidores aos pontos de venda, principalmente os especializados, como redes de varejo e eletroeletrônicos. Nesses ambientes vemos também que a quantidade de vendedores ou promotores de vendas por loja está menor do que anteriormente para evitar aglomerações. Mas, engana-se quem pensa que esse é o novo normal do “novo normal”.
A digitalização forçada do consumo fez com que a força de compras fosse parar no ambiente online, o que inclui toda a jornada – desde a busca por informações e recomendações, passando pela aquisição em si, até a satisfação do recebimento dentro do prazo. E uma estratégia certeira para a ocasião, além de levar em consideração preço, precisa passar, necessariamente, por todos os esses pontos. Ou, em resumo: ativação, atendimento e logística.
Para chamar a atenção do público, a estratégia de comunicação 360º é o que existe no momento de mais efetivo. Cercar o indivíduo com suas mensagens – seja no PDV em gôndolas e outros espaços conquistados; no marketplace com ações de visibilidade; no e-commerce próprio com o envelopamento do site; e nos canais digitais com o preparo do atendimento. Outra tendência que vem crescendo é o conceito de cashback. Os consumidores estão começando a entender esse benefício como um valor importante e dando preferência para redes que praticam essa modalidade.
Essa forma remota de lidar com as dúvidas do cliente, com o pós-venda e também no estímulo da venda é o que há hoje de mais moderno na transposição do papel físico do promotor de vendas para o online. E isso abre um leque de opções interessante ao permitir que você tenha perfis diversos na linha de frente desse contato mais amigável e humano para que se conectem com os diferentes nichos de shopper. Mas, isso requer um processo seletivo bastante assertivo e também uma programação intensa de treinamento para que todos estejam alinhados com as mensagens e promoções disponíveis.
Já o aspecto logístico se apresenta todo ano como um dos maiores problemas da Black Friday. Esse ano com a maior tendência das vendas online o reforço nesse quesito passa de essencial para primordial. Porém, uma das coisas que a pandemia proporcionou para as redes de varejo foi a melhoria do sistema de entrega ao propiciar e antecipar o avanço de novos modelos, como o drive-thru, o pick-and-collect e até mesmo a adoção de serviços das gigantes de mobilidade que se reinventaram para transportar coisas além de pessoas.
Por fim, percebemos que todo esse conjunto nos faz refletir que consumidores estão sendo muito mais exigentes em diversos aspectos que vão muito além do preço e de uma única sexta-feira no ano.